26.9.09

Na praça


Neste dia gélido, sentado na praça avistei um senhor. Uma cena corriqueira, mas que muito me chamou atenção. Fiquei a analisar tal senhor, a vislumbrar seu rosto, suas marcas de expressão, suas linhas. Fiquei a imaginar sua história. Quem será que ele foi? O que ele fez? Qual foi sua trajetória? O caminho que ele trilhou, será que foi digno? Será que foi triste? É certo que, ao sentar ao seu lado e conversar com ele, me contraria parte de sua vida, fatos memoráveis. Coisas que o marcaram. Me contaria aquilo que lhe seria interessante e triunfante me contar e deixaria de lado outras partes, talvez aquelas menos pintadas, menos reformadas, aquelas que talvez ele julgasse não ser interessante eu ouvir. Mas não existe nada mais interessante e emocionante que a história de alguém.
De repente comecei a me ver ali: sentado naquele banco, sem nada a fazer. No lugar daquele senhor. E se fosse eu aquele velho? Qual seria minha história? O que eu contaria? Falaria apenas dos meus bons atos, de minhas glórias, de meus triunfos? Ou contaria também minhas frustrações, minhas quedas e minhas dores? Mirei novmente o senhor e conclui comigo quetalvez, de tudo o que eu ouvisse de suas histórias, não pudesse aprender muitas coisas. Não veria erros e não saberia os acertos. Afinal, se sou o que sou hoje, aos vinte anos, e amanha aos trinta, quarenta, sessamta ou noventa, serei porque passei pelo o que passei, me frustrei com o que me frustrei, chorei com as dores que chorei, mas aprendi a triunfar depois de tudo isso. Não há triunfo sem dor e batalha. Não a vida sem extases e decepcões.


Até a próxima.



0 Comments: