22.2.10

Para falar de nós

Não quero ser desses que lamenta por algo que acabou. Não desejo que aqueles tempos retornem e nem que você diga que continua a me amar. Não, não quero. Porque o que tinha de ser foi, o que era para ser vivido, vimemos, mesmo que um de nós dois tenha abreviado isso tudo. Se foi antes do tempo, não sei.
Sem expeculações. Aliás, não há tortura maior que expecular sobre algo que não temos controle algum. Nem nós, nem o tempo e talvez nem os deuses.
Não quero soluçar por sonhos idealizados, porém não contruídos. Sonhei e provavelmente você não.
Amei e creio que você tembém. Não estou a olhar o passado, resgatando tudo aquilo que falamos e colocando a limpo. Relamente não estou. Não me entenda mal.
Apenas hoje me percebi lembrando do nosso jantar, da nossa noite de amor, de nossos desejos, de meus sentimentos, do seu olhar, de nós.
Entendi que não existe espaço e nem tempo para choro. Seria injustiça contigo e comigo mesmo.
Mas, observando toda a nossa história, percebo que existe, e deve existir, dentro de mim gratidão.
Sim, tudo foi único, singular em cada instante.
Obrigado, foi tudo tão intenso.

Adeus